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O advento do pagode como epicentro do cotidiano brasileiro

  • Foto do escritor: Rooftop Site
    Rooftop Site
  • 15 de jul. de 2024
  • 3 min de leitura

Como o gênero musical oriundo do samba se tornou o queridinho do cotidiano de todo brasileiro.


O pagode, um gênero musical que floresceu do samba, tem suas raízes fincadas no solo cultural do Brasil, especialmente no Rio de Janeiro. Surgido entre as décadas de 1970 e 1980, o pagode evoluiu das tradicionais rodas de samba realizadas nos quintais das casas dos subúrbios cariocas, tornando-se um símbolo de celebração e alegria. Este estilo musical, que inicialmente servia como uma expressão de festividade nas senzalas e quilombos, transformou-se em uma forma de arte que reflete a identidade e o espírito do povo brasileiro. Com instrumentos típicos como o cavaquinho, o tantã e o pandeiro, o pagode se destaca por sua sincopação rítmica e melodias contagiantes.


A história do pagode é marcada por figuras potentes como Beth Carvalho, que, ao final dos anos 70, visitou a quadra do Cacique de Ramos e ajudou a aumentar a visibilidade para o gênero. Grandes artistas como Zeca Pagodinho, Almir Guineto e o grupo Fundo de Quintal, com suas letras que retratam o cotidiano e a malandragem carioca, consolidaram o pagode como uma vertente musical distinta e amada. 


Com o passar dos anos, o pagode se integrou ao tecido social do Brasil, influenciando fortemente diversas áreas como a moda, a linguagem e até mesmo a gastronomia. Podemos dizer que o  pagode é uma manifestação cultural que transcende a música, encapsulando a essência da alegria e resiliência do povo brasileiro. Sua presença no cotidiano é um reflexo da importância da música na construção da identidade nacional e na celebração da diversidade cultural do Brasil.



Foto: DVD Doce Encontro 20 anos | Dani Valverde



Com letras que passeiam por situações amorosas, como traições, romance e loucuras de amor. O pagode vai muito além do imaginário popular, o sentimento que o pagode nos dá é de identificação, vivências que nos permitem sentir na pele somente com o poder da melodia e da letra. E sem falar que, por muitas vezes, já sentimos o que está sendo cantado, né não?!


Já as reuniões funcionam como uma espécie de refúgio para as almas que precisam bradar a plenos pulmões: “Eu vivi, eu amei, eu sorri, eu chorei… Eu estive aqui!” como diz a letra da Ludmilla ou qualquer outra música que, juntos, entoam um sentimento único: alegria de se estar naquele ambiente. As rodas de pagode são eventos onde as pessoas se reúnem para compartilhar histórias, dançar e desfrutar da companhia uns dos outros, fortalecendo laços comunitários e familiares.


Para pagodear, não é necessário se arrumar, botar sua melhor roupa, usar seu melhor perfume e encontrar com seus amigos em algum lugar. O pagode é a festa que você faz dentro de você mesmo, pode ser arrumando a casa, em um churrasco de domingo com a família ou até mesmo naquele momento que você está um pouco para baixo, mas quer erguer a cabeça, meter o pé e ir na fé, mandando a poeira embora!


O pagode é muitíssimo conhecido no Rio de Janeiro, afinal, foi o estado de nascimento do gênero musical. Em contrapartida, tem ganhado diversos fãs e amantes desse estilo de música ao redor de todo o Brasil e mundo. Ao longo dos anos, nomes de sucesso foram surgindo em outros estados, como, por exemplo, o grupo Doce Encontro, que é de São Paulo. Hoje, o “Doce” acumula milhares de fãs e milhões de números nas redes sociais, seu maior hit sendo “Alucinado” com mais de 80 milhões de visualizações no YouTube.


O pagode se tornou tão querido, mas tão querido, que a junção desse gênero com outros, foi-se tornando cada vez maior. Pagotrap e Pagonejo são dois exemplos, de subgêneros que surgiram após o advento do pagode.E aí, pagode é ou não é para todas as pessoas? ;)


Texto por: Patrick Caline

 
 
 

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